
Arquitetura Noética, você conhece?
Em um mundo acelerado, onde depressão e ansiedade se consagram como males do século, o tempo parece não dar espaço para cuidar de nós mesmos, tentamos buscar refúgio, um lugar de descanso para recuperar as energias, para nos sentirmos acolhidos e em casa. Porém nem sempre ao chegarmos em nosso lar temos essa sensação.
- Você já se sentiu assim?
- De chegar em casa e em vez de carregar boas energias é a troca das más que prevalece?
- E nessa quarentena, como foi a sua percepção da sua casa, do seu espaço?
Pela primeira vez na história, todos estamos tendo a oportunidade de viver de fato em nossas casas, de não estarmos só de passagem, de não a usarmos apenas para dormir. Vivemos em um mundo acelerado, com muitos estímulos, muitas coisas para pensar, informações que nos impedem de olhar ao nosso redor, de observar de fato o que está acontecendo, o que estamos sentindo. E talvez seja esse o momento para pensarmos nisso.
E o que isso tem a ver com Arquitetura Noética? Bom, ela estuda justamente isso, como cada espaço interfere em nosso psicológico.
“Na vida cotidiana, o lado espiritual do homem é inseparável da vida psicológica” (ARROYO, 1975). Logo, quando um ambiente é projetado, é indispensável levar em consideração de que forma aquele espaço influenciará o usuário, e em como é possível torná-lo melhor de forma que haja uma conexão não apenas de uso, mas também de sua essência.
Derivada da palavra grega nous, que significa consciência, mente e espírito, a Arquitetura Noética busca fazer a união entre o material e o espiritual/essência. É entender a necessidade de cada pessoa de forma mais profunda, para que ela possa se conectar ao espaço de forma consciente e até mesmo inconsciente, e assim conseguir recarregar as suas energias ao final de cada dia.
Podemos não perceber, mas estamos sendo influenciados pelo espaço construído a todo momento, seja pelas cores, objetos e até pela iluminação aplicada para cada espaço. Falando das cores por exemplo, algumas causam agitação (vermelho, laranja), enquanto outras, tranquilidade (azul, verde claro). E é a partir desse tipo de análise, que devemos pensar em arquitetura.
Indo além de sua função social, a arquitetura dentro desse conceito abrange muito mais que a forma, lida também com a frequência energética gerada e na maneira como essa troca de informações interfere em nosso psicológico.
Para isso, além do conhecimento desses efeitos, é necessário haver o conhecimento mais aprofundado da pessoa que vai usar o espaço, para conseguir mapear suas necessidades e traduzir sua personalidade a cada projeto.
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Ilustração: @elimartinez.studio
